segunda-feira, 19 de março de 2012

Fichamento do Ensaio sobre a arte de Boulée

A disciplina de Teoria e História da Arquitetura 2 apresenta o primeiro fichamento como resultado da formação da N1. O fichamento do texto Ensaio sobre a arte de Étienne-Louis Boulée, foi realizado pelo aluno Altino Cardoso da turma 1102. Já foram escolhidos mais dois outros textos para publicação também da turma 1102, os fichamentos dos alunos Valdilene e Cleyton Alves. Parabenizo a turma 1102 pelo desepenho e principalmente Altino Cardoso pelo excelente texto.


Arquitetura. Ensaio sobre a arte. Étienne-Louis Boullée, tradução Carlos Roberto M. Andrade. Disponível em www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/risco/n2/09.pdf.

Boullée desde o início mostra-nos com seus argumentos os seus estudos voltados para sua arte, que não se limita apenas nos estudos dos antigos mestres, ampliando seu estudo sobre a natureza e consequentemente sobre as formas que ela produz.
            Sendo assim, a definição de arquitetura em seu ponto de vista, não se dá com Vitrúvio e sim pela arquitetura primitiva, pois como diz o Boullée:
“Nossos primeiros pais construíram suas cabanas apenas após terem concebido sua imagem. É essa produção do espírito, é essa criação que constitui a arquitetura.” (Boullée, pág. 99).
            Nesse âmbito, ele destaca que “é preciso estudar os meios de construir solidamente antes de buscar construir agradavelmente” (Boullée, pág. 99). Essa é a parte essencial da necessidade primária.
            Contradizendo o seu pensamento, destaca o pensamento de Perrault, onde para ele a arquitetura não se baseava na natureza, logo a denominava uma arte fantástica e de invenção pura. Contudo, François Blondel tentou rebater esse pensamento, mas seus argumentos não foram suficientes. Pois Boullée afirma, que os artistas guiados pelo dom da natureza são levados a produzir a perfeição e serão hábeis à arte.
            Segundo o autor, eram poucos os autores que procuravam aprofundar seus estudos considerando a arquitetura sob os pontos de vista que pertencem à arte. Com isso, o comentarista de Vitrúvio nos diz:
“A arquitetura exige o conhecimento das ciências que têm relação com a geometria, com a mecânica, a hidráulica, a astronomia, em seguida com a física, com a medicina.” (Boullée, pág. 100).
            Em contraposição, o autor nos afirma que as ciências e as belas artes tem relação com a arquitetura considerada como arte, chegando-se a desvelar a existência e a fonte dos princípios sobre os quais se funda a arte da arquitetura. Concretizando o seu pensamento, mostra-nos que a admiração pelas belezas que não tem relações com a natureza de onde o verdadeiro belo emana, provém apenas de um costume de ver, sem que exista uma beleza real.
            A arquitetura para Boullée devia-se igualar a todas as outras artes como a pintura e a literatura, pois os artistas que a dominam são livres para seguir seus estudos relacionados aos sentimentos que a natureza nos proporciona. Pois para ele é fantástico o ideal da pintura, porque nela o artista pode representar através das tintas, o calor ou o frescor do ar e a luz, e a literatura que engloba mediante seus textos os nossos sentimentos e emoções, ambas as artes caracterizam pelas paixões que nos atingem, fazendo-as entrar em nossa alma. Porém, a arquitetura em sua essência devia-se apresentar um conjunto de ideais, assim como as outras artes, buscando formas para despertar sensações agradáveis e de bons sentimentos para o bem estar do homem.  Assim ele diz:
“Acredito sim que nossos edifícios, sobretudo os públicos, deviam ser, de algum modo, poemas. As imagens que eles oferecem a nossos sentidos deveriam despertar em nós sentimentos análogos ao uso para o qual esses edifícios são consagrados.” (Boullée, pág. 98).
Para Boullée, se a arte na arquitetura tivesse atingido a perfeição assim como as outras artes alcançaram, não se existia divergências em saber se a arte na arquitetura é voltada para a natureza ou se ela é pura invenção.






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